quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Vídeo MNPEF- Experimento de baixo custo 3

Vídeo MNPEF _ Experimento de baixo custo 2

Vídeo MNPEF - Experimento de baixo custo 1

Elétrons nunca morrem

Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Elétrons nunca morrem
O detector Borexino é formado por sensores mergulhados em um tanque esférico de aço de 13,7 metros de diâmetro, contendo 2.100 toneladas de água ultrapura - tudo instalado nas profundezas de uma mina, protegido por 1.400 metros de rocha para evitar qualquer interferência externa. [Imagem: A. Brigatti/INFN]
Vida infinita
De acordo com as medições mais precisas já feitas até hoje, o tempo de vida de um elétron é de 66.000 yotta-anos, ou 6,6 × 1028anos.
Isto é cinco quintilhões de vezes a idade do Universo, de forma que é o que mais se aproxima de um "tempo infinito" já medido pelo ser humano.
Esta foi a conclusão dos físicos que trabalham no experimento Borexino, no Laboratório Gran Sasso, na Itália - o mesmo que confirmou a teoria sobre a geração de energia no Sol e ajudou a medir o calor gerado pela Terra.
O trabalho do Borexino é procurar indícios de que o elétron decai para um fóton e um neutrino - um processo que violaria a conservação da carga elétrica e apontaria para uma física além do Modelo Padrão.
Mas nenhum decaiu, e os dados indicam que, se algum decair, isso só vai começar a acontecer depois dos tais 66.000 yotta-anos desde que os elétrons foram criados - este seria o tempo mínimo de vida de um elétron, segundo os físicos.
Lei da conservação de carga
O elétron é o portador de carga elétrica negativa de menor massa que se conhece. Se ele decaísse, a lei de conservação de energia dita que o processo envolveria a produção de partículas de menor massa - neutrinos, por exemplo, ou fótons, que não têm massa.
Mas todas as partículas conhecidas com massas menores do que a massa do elétron não têm carga elétrica, de forma que a carga do elétron teria que "desaparecer" durante esse processo hipotético de decaimento, o que violaria a conservação de cargas, que é um princípio que faz parte do Modelo Padrão da física de partículas.
Como resultado, o elétron hoje é considerado uma partícula fundamental, que nunca vai decair.
No entanto, o Modelo Padrão não explica adequadamente todos os aspectos da física e, portanto, a descoberta do decaimento do elétron poderia ajudar os físicos a desenvolver um modelo melhor da natureza.
Por essas medições, o elétron não se mostrou disposto a colaborar com a elaboração desse tão esperado novo modelo.

Bibliografia:

Test of Electric Charge Conservation with Borexino
M. Agostini et al. (Borexino Collaboration)
Physical Review Letters
Vol.: 115, 231802
DOI: 10.1103/PhysRevLett.115.231802

Fonte: Inovação tecnológica

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Um milagre de Natal para o Philae?

POR SALVADOR NOGUEIRA

Informações confirmadas pela ESA, a Agência Espacial Europeia, dão conta de que o pequeno Philae, módulo robótico que fez história ao pousar num cometa em 12 de novembro de 2014, pode ter retomado brevemente o contato com a Terra na última segunda-feira (21), por meio da orbitadora Rosetta.
O sinal foi detectado no fim da noite, no centro de controle do Philae em Colônia, na Alemanha — para a surpresa e o encanto dos gerentes da missão. Mas ainda é muito cedo para comemorar. A transmissão durou apenas 10 segundos. Aparentemente, continha pacotes de dados de telemetria, embora nada que fosse “informação usável”, segundo Walter Schmidt, do Intituto Meteorológico Finlandês, que está envolvido com um dos instrumentos do Philae, o SESAME. A essa altura, a ESA não descarta que o sinal seja só interferência, de uma fonte indeterminada.
“Basicamente, sinal nessa frequência só pode ser do transmissor do Philae”, disse Schmidt. “Estamos sendo cautelosos e pesquisando se poderia haver fontes alternativas poderosas o suficiente nesta banda.”
Caso seja confirmado, o contato, por si só, é uma grande notícia. Significa que o Philae sobreviveu bravamente à passagem do cometa Churyumov-Gerasimenko pelo periélio — o ponto de máxima aproximação do Sol — em outubro. Com a quantidade de poeira que é levantada nesses momentos, com o aumento de atividade na superfície do núcleo cometário, poucos esperavam que o pequeno módulo pudesse resistir.
Funcionar mesmo, para valer, o Philae só funcionou nos primeiros três dias após seu histórico pouso. Depois disso, as baterias se esgotaram e não havia luz solar suficiente incidindo em seus painéis para recarregá-las. O robô então entrou em hibernação, e só voltou a funcionar em junho de 2015, com o aumento de proximidade com o Sol. Só que, para aumentar o drama, na ocasião o problema passou a ser outro: com o alto nível de atividade do cometa, a orbitadora Rosetta precisou se afastar da superfície, ficando no limite da distância máxima viável para se comunicar com o Philae.
Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko. (Crédito: ESA)
Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko. (Crédito: ESA)
O resultado foram apenas sessões intermitentes de contato, que sequer conseguiram informar aos cientistas o nível de operacionalidade da sonda. O jeito era a Rosetta se afastar, seguir com sua missão, e só se reaproximar após o periélio, a partir de meados de novembro, conforme a poeira circundante diminuísse. É neste ponto que estamos agora, e lá está o possível contato com o teimoso Philae.
Outra corrida contra o tempo agora está em andamento: a cada dia, o cometa se afasta mais do Sol, e a quantidade de energia para os painéis do Philae diminui. Será que uma sessão de comunicação duradoura poderá ser estabelecida? Será que alguma coisa além do transmissor e do receptor da sonda ainda funciona? Haverá mais ciência a extrair da prolífica missão? A essa altura, só Papai Noel sabe.

Disponível em: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/12/23/um-milagre-de-natal-para-o-philae/?cmpid=fb-uolnot

Buracos negros podem ser janelas para universos paralelos

Baseado em artigo de Zeeya Merali - FQXi -  

Buracos negros podem ser janelas para universos paralelos
Universos seriam bolhas - assim como o nosso inflou, outros teriam inflado por toda parte. [Imagem: Garriga et al./arXiv:1512.01819v2]
Exouniversos
É difícil dizer qual é o elemento mais interessante de uma nova teoria sobre universos paralelos, o multiverso inflacionário e os buracos negros.
Jaume Garriga (Universidade de Barcelona), Alexander Vilenkin e Jun Zhang (Universidade Tufts) nos brindaram com múltiplas opções.
Talvez o melhor seja a ideia de que os buracos negros escondem universos bebês dentro deles - inflando seus próprios espaços-tempos -, exouniversos estes ligados ao nosso universo por buracos de minhoca.
Ou também pode ser porque, de acordo com os autores, os astrônomos brevemente poderão ser capazes de encontrar provas para confirmar a teoria dos multiversos.
E os autores afirmam ainda ter encontrado as "sementes" que deram origem aos buracos negros supermassivos no centro das galáxias - cuja origem permanece um mistério. Apenas para completar, alguns dos cenários estudados pelo trio lança novas ideias para estudar a matéria escura, os 75% do nosso Universo que parecem estar lá, e cá, mas nunca foram encontrados.
Universos Bolhas
A análise é baseada na teoria da inflação, a ideia de que nosso Universo passou por uma fase de rápida expansão - a inflação - no início de sua história. Esta é uma noção largamente aceita pelos físicos hoje porque serve para resolver uma série de mistérios sobre o estado atual do nosso Universo. Embora a grande "descoberta observacional" sobre a inflação cósmica tenha virado um vexame recentemente, há um bom apoio observacional para essa hipótese nas diferenças de temperatura da radiação cósmica de fundo - ainda que haja explicações alternativas para essas variações.
Buracos negros podem ser janelas para universos paralelos
teoria dos multiversos ganhou força com um argumento recente que inverte a ideia da inflação cósmica. [Imagem: Planck Team]
Um pouco mais controversa é a ideia de que a inflação nos obriga a aceitar que vivemos em um multiverso de universos vizinhos com parâmetros físicos muito diferentes daqueles do nosso cosmos. Isto seria uma decorrência, defendem os três físicos, de que seja muito pouco provável que a inflação cósmica tenha sido um evento único. Assim como o pedaço de espaço que hoje chamamos de casa num determinado momento inflou para criar o cosmos que nos admira tanto, outros pedaços vizinhos provavelmente inflaram ao redor, criando universos paralelos nas proximidades, todos crescendo como bolhas umas ao lado das outras.
A ideia dos multiversos tem sido criticada sobretudo porque é difícil de testar observacionalmente. Quase por definição, essas bolhas paralelas de universos são espaços-tempos divorciados do nosso, por isso não podemos interagir com eles diretamente - ou vê-los.
Isto não tem impedido que os cosmólogos apresentem maneiras criativas para tentar detectá-los. Por exemplo, duas bolhas vizinhas poderiam colidir e deixar uma cicatriz no nosso Universo, que nós poderíamos encontrar na radiação cósmica de fundo.
Buracos negros podem ser janelas para universos paralelos
Algumas teorias cosmológicas descartam o Big Bang, defendendo, por exemplo, que o Universo surgiu de uma sopa primordial. [Imagem: TU Vienna]
Buracos Negros Bolhas
Em seu artigo, Garriga, Vilenkin e Zhang investigaram uma outra possível consequência da cosmologia inflacionária que eles defendem - uma consequência que fornece um novo mecanismo para a formação dos maiores buracos negros do nosso Universo.
Há muitos dados sobre buracos negros de massa estelar, que se formaram a partir do colapso de estrelas. Mas há tambémburacos negros supermassivos, que se acredita existirem no centro das galáxias, que podem ter massas até um bilhão de vezes a do Sol - os astrofísicos não têm a menor ideia de como estes gigantes são formados.
De acordo com o trio, os buracos negros também poderiam ter sido formados por pequenas bolhas de vácuo naquilo que chamamos de universo primordial. Elas teriam se expandido durante a fase inflacionária do nosso Universo conforme o cosmos no qual estavam incluídas foi crescendo ao redor delas.
Buracos negros podem ser janelas para universos paralelos
Pela nova teoria, os buracos negros são janelas para buracos negros em outros universos - devidamente unidos por um buraco de minhoca. [Imagem: Garriga et al./arXiv:1512.01819v2]
Quando a inflação terminou no nosso cosmos, essas bolhas, dependendo da sua massa, poderiam ter colapsado para uma singularidade (um ponto infinitamente denso que nós acreditamos haver no centro de um buraco negro) ou, se fossem mais pesadas do que uma determinada massa crítica, o interior da bolha iria continuar a inflar para criar um universo bebê inteiramente novo.
Esse universo olharia para nós, do lado de fora, na forma de um buraco negro, e seria conectado ao nosso universo por um buraco de minhoca.

"Notamos que as distribuições da massa dos buracos negros resultantes de paredes de domínio e de bolhas de vácuo devem ser diferentes e podem, em princípio, ser distinguidos observacionalmente," escrevem os três em seu artigo. "Se uma população de buracos negros produzida por bolhas de vácuo ou por paredes de domínio for descoberta, ela poderia ser considerada como evidência para a existência de um multiverso."

Fonte: Inovação Tecnológica

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Cientistas desvendam 'maior mistério do Sistema Solar' em 2015: as manchas de Ceres

  • Astrônomos começaram a solucionar os misteriosos pontos brilhantes do planeta anão
    Astrônomos começaram a solucionar os misteriosos pontos brilhantes do planeta anão
Foi o grande mistério do Sistema Solar em 2015: o que são as manchas luminosas de Ceres, o maior objeto do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter?
Os cientistas acreditam ter encontrado algumas respostas.
São locais em que os impactos de corpos celestes perfuraram uma camada congelada de água salgada sob a superfície do pequeno planeta anão (cerca de 950 km de diâmetro), disseram pesquisadores à revista Nature.
As partes mais brilhantes correspondem aos impactos mais recentes.
A câmera da sonda Dawn, da Nasa (agência espacial americana), identificou cerca de 130 focos brilhantes no planeta. De longe, o grupo mais chamativo fica em uma cratera denominada Occator, no hemisfério norte de Ceres.
Quando a sonda entrou na órbita de Ceres, a câmera estava programada para registrar o que costuma ser uma superfície escura, negra como asfalto.
Por isso, as depressões superbrilhantes dentro de Occator saturaram o sensor do equipamento.
"Nós dissemos: 'Uau, o que é isso?' Não esperávamos algo assim", lembra o pesquisador Andreas Nathues.
"A reflexividade estava em nível 0.25, ou seja, cerca de 25% da luz se refletia. E no centro no núcleo interno (das manchas de Occator) chegava a 50%, 60%", disse o cientista do Instituto Max Planck, na Alemanha. "Enquanto a superfície restante era bem mais escura, com média de 9% de reflexividade."

Gelo e sal em todo o planeta

Uma investigação posterior indica agora que há uma camada de gelo e sal em todo o planeta, abaixo dos escombros rochosos que o cobrem.
Quando um objeto do espaço impacta e penetra nessa camada, o gelo começa a se sublimar (passa diretamente do estado sólido ao gasoso).
Esse vapor liberado escapa da superfície, levantando partículas de gelo e pó, o que produz uma espécie de névoa.
A sonda Dawn observou essa névoa durante o "dia", e a conclusão é que as manchas desaparecerão à medida que o gelo se derreta e sobre apenas sal.
A Dawn identificou indícios da presença de sulfato de magnésio hidratado, conhecido como sais de Epsom, mas a substância não é tão reflexiva como o gelo.
A emissão de água, que corrobora observações de Ceres feitas em 2013 pelo telescópio espacial Herschel, é uma reminiscência de cometas, que entram em sublimação quando se aproximam do Sol.
"É um pouco como um cometa, mas é preciso entender que Ceres é um objeto diferenciado. Tem uma estrutura de concha", afirmou Nathues à BBC.
"É muito provável que haja uma concha de gelo debaixo da casca. Essa estrutura é completamente diferente da dos cometas. Os cometas são objetos primitivos cheios de materiais originais que se alteram muito sutilmente."

Origem distante

Em artigo na revista Nature, María Cristina De Sanctis levanta a possibilidade de que Ceres não tenha sido formado no lugar em que está hoje (a 417 milhões de quilômetros do Sol), porém muito mais distante no Sistema Solar.
A pesquisadora observou resultados do espectrômetro de sinais visíveis e infravermelhos da sonda Dawn. O aparelho detectou possíveis filosilicatos amoniacais em grandes extensões do planeta anão.
Os filosilicatos são minerais de argila, produzidos quando materiais rochosos sofrem ação da água por muito tempo.
Contudo, a presença de amoníaco é o ponto interessante neste caso.
"Esses são filosilicatos que possuem algum amoníaco em sua estrutura, o que significa que o amoníaco deve ter estado disponível em algum momento. A única maneira de que isso tenha sido possível é que o material tenha tido uma origem mais fria", afirmou De Sanctis, do Instituto Nacional de Astrofísica, em Roma.
A hipótese vem do reconhecimento de que cristais de amoníaco não seriam estáveis na órbita atual de Ceres ao redor do Sol. Esse material desaparece rapidamente quando a temperatura supera -173ºC.
Deste modo, para que Ceres tenha retido tanto amoníaco ou gelo rico em nitrogênio por tempo suficiente para que se incorporasse ao solo, é provável que o planeta tenha ocupado um ponto muito mais frio no passado, afirmou a pesquisadora.
"É uma possibilidade fantástica, e coincide com modelos dinâmicos da evolução do Sistema Solar que preveem que os objetos migrem até o interior do sistema", disse.

Disponível em:http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2015/12/10/cientistas-desvendam-maior-misterio-do-sistema-solar-em-2015-as-manchas-de-ceres.htm?cmpid=fb-uolnot

Paquímetro

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

É ouro puro, mas tão leve quanto o ar

Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Aerogel de ouro: o ouro mais leve do mundo
O bloco de ouro de 20 quilates é tão leve que flutua sobre a espuma de leite de um capuccino. [Imagem: Gustav Nyström/Raffaele Mezzenga/ETH Zurich]
Aerogel de ouro
A tecnologia dos aerogéis chegou ao ouro.
Pesquisadores da Escola Politécnica de Zurique, na Suíça, criaram um novo tipo de espuma feita de ouro real - equivalente ao ouro de 20 quilates.
Mesmo sendo quase impossível notar, a olho nu, a diferença do aerogel de ouro com um bloco de ouro sólido, é a mais leve forma já produzida do metal precioso: 1.000 vezes mais leve que o ouro comum.
Ele consiste em 98 partes de ar e apenas duas partes de material sólido - deste material sólido, 80% é ouro e 20% são proteínas de leite usadas no processo de fabricação.
Assim, ele não bateu o recorde de metal mais leve do mundo, que pertence a uma "fumaça sólida" feita de níquel - saindo dos metais, o título de material mais leve do mundo pertence ao aerogel de grafite.
Ouro ao leite
O aerogel de ouro foi criado aquecendo as proteínas do leite para transformá-las em fibras nanométricas - chamadas fibrilas amiloides - que foram então colocadas em uma solução de sais de ouro.
As fibras de proteína entrelaçaram-se em uma estrutura intrincada, e o ouro cristalizou-se em pequenas partículas aderindo às fibras nessa estrutura.
O resultado é uma rede de fibras de ouro que passa de uma textura similar à de um gel para a "espuma de ouro".
Aerogel de ouro: o ouro mais leve do mundo
Processo de fabricação do aerogel de ouro: uma espuma de ouro ao leite. [Imagem: Gustav Nyström et al. - 10.1002/adma.201503465]
"Um dos maiores desafios foi secar esta rede fina sem destruí-la," explica Gustav Nystrom, responsável pelo feito. Como a secagem ao ar livre poderia danificar a fina estrutura de ouro, Nystrom optou por um processo de secagem delicada e trabalhosa utilizando dióxido de carbono.
Óptica, joias e catalisadores
Segundo a equipe, há várias aplicações possíveis para o aerogel de ouro.
A técnica de fabricação permite controlar as propriedades do ouro de uma maneira simples - propriedades como a absorção e a reflexão.
"As propriedades ópticas do ouro dependem fortemente do tamanho e do formato das partículas de ouro," diz Nystrom. "Assim, podemos até mudar a cor do material. Quando mudamos as condições de reação, para que o ouro não se cristalize em micropartículas, mas em nanopartículas ainda menores, isto resulta em um ouro vermelho-escuro."
Além de aplicações em relógios e joias, a equipe está particularmente interessada na catálise química: como o material altamente poroso tem uma superfície enorme, as reações químicas que dependem da presença do ouro como catalisador podem ser realizadas de forma mais eficiente.

Bibliografia:

Amyloid Templated Gold Aerogels. Advanced Materials, 23 November 2015, doi: 10.1002/adma.201503465
Gustav Nyström, M. P. Fernández-Ronco, S. Bolisetty, M. Mazzotti, Raffaele Mezzenga
Advanced Materials
Vol.: First Published online
DOI: 10.1002/adma.201503465

Fonte: Inovação tecnológica

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Cientistas conseguem observar pela primeira vez um planeta em formação


Em estudo publicado na 'Nature', pesquisadores flagram estrela com um disco de poeira e gás onde um novo exoplaneta está nascendo Cientistas observaram pela primeira vez o processo de acumulação de partículas de poeira e gás que é responsável pela formação de um novo planeta. Até hoje, entre os mais de 1.900 planetas descobertos fora do Sistema Solar, nenhum havia sido flagrado em seu processo de formação. O novo estudo foi publicado nesta quinta­feira, 19, na revista Nature.




 Quando uma estrela nasce, ela produz em sua órbita um disco de gás e poeira a partir do qual surgem os planetas. Uma parte interna desses discos, conhecida como "disco de transição" é desprovida de gás e poeira ­ e a ela tem sido atribuída a formação dos planetas. Por isso, de acordo com os cientistas, os discos de transição são laboratórios naturais para a observação da gênese de planetas. Outros discos de transição já foram descobertos e mostram evidências da presença de jovens planetas, na forma de assimetrias no disco ou de fontes infravermelhas detectadas nesses espaços vazio. Mas as tentativas para observar diretamente a formação de um planeta até agora haviam fracassado. De acordo com Zhaohuan Zhu, da Universidade de Princeton, que escreveu um comentário sobre o artigo na própria Nature, descobrir jovens planetas é uma tarefa extremamente difícil, porque, além das distâncias gigantescas envolvidas, a formação de um sistema planetário é sempre obscurecida pela poeira. "Os autores usaram uma nova técnica para detectar sinais emitidos por um planeta em formação. A descoberta tem implicações de longo alcance para nossa compreensão dos processos de formação planetária e das propriedades dos jovens planetas", declarou Zhu. A equipe de cientistas liderada por Stephanie Sallum, da Universidade do Arizona (Estados Unidos) utilizou obsrevações de óptica adaptativa para observar o disco de transição em torno da estrela LkCa 15. Os pesquisadores detectaram emissões de hidrogênio­alfa, que indicam um gás extremamente quente ­ com temperaturas de cerca de 9700 graus Celsius ­ sendo tragado por um novo planeta em formação, que foi batizado de LkCa 15 b. "A emissão de fótons de hidrogênio­alfa já foi amplamente observada em discos de formação de planetas em outras jovens estrelas. Mas esse estudo foi o primeiro a produzir imagens diretas do crescimento de um paleta utilizando fótons de hidrogênio­alfa. Para fazer isso, eles utilizaram um filtro que permite que apenas os fótons de hidrogênio­alfa atinjam o telescópio", declarou Zhu. Observação direta. Os autores do estudo sugerem que tanto as observações feitas do espectro infravermelho como do hidrogênio­alfa significam, de forma inequívoca, que há um planeta em plena formação em torno da estrela LkCa 15. Os cientistas concluíram que o sistema LkCa 15 fornece a primeira oportunidade para um estudo direto da interação entre o disco de transição e o planeta em formação. "Embora se saiba que os planetas são formados a partir do material dos discos de poeira e gás que orbitam em torno de estrelas, pouco Cientistas conseguem observar pela primeira vez um planeta em formação  sabemos sobre como aglomerados de partículas microscópicas podem crescer tanto a ponto de se tornarem um planeta gigante, em um disco com tempo de vida relativamente curto", afirmou Zhu. De acordo com Zhu, o observatório espacial Kepler descobriu mais de mil planetas medindo a fraquíssima variação de luz das estrelas provocada pelo trânsito planetário diante delas. "Mas esses métodos não podem ser usados para encontrar planetas jovens em torno de jovens estrelas, porque essas estrelas são altamente ativas e a luz que elas emitem varia demais", explicou.

Disponível em: http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-conseguem-observar-pela-primeira-vez-um-planeta-em-formacao,10000002432

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

OCDE: Números mostram por que Brasil ainda vai mal em educação

  • Apu Gomes/Folhapress
Gastos por aluno inferiores à média da OCDE (Cooperação e Desenvolvimento Econômico), baixa taxa de pessoas com ensino superior, expressivas diferenças salariais por gênero e escolaridade, má remuneração de professores e falta de computadores. Esses são alguns fatores divulgados por um estudo nesta terça-feira (24) que demonstram por que o Brasil ainda vai mal na área da educação.
Segundo os dados do "Education at a Glance 2015", 14% da população entre 25 e 64 anos tinham ensino superior completo em 2013. O índice é bem abaixo da média dos países da OCDE, que é de 34%. No mesmo ano, 76% dos jovens entre 20 e 24 anos não estavam estudando.
Tal diferença de escolaridade aumenta, e muito, a discrepância salarial entre os brasileiros. Para se ter uma ideia, 60% daqueles que têm mestrado ou doutorado ganham mais que o dobro da média da população ativa no país. Em países desenvolvidos, essa diferença é bem menor: Na Finlândia, por exemplo, é 18% -- a média da OCDE é de 28%.
Ou seja, as vantagens financeiras da pós-graduação são maiores em países com menores taxas de pessoas com esse nível de escolaridade. É o caso do Brasil, Chile, Colômbia, Hungria e México.
Ser homem ou mulher ainda influencia no salário de profissionais com a mesma qualificação. O Brasil, junto com o Chile, tem a maior diferença salarial de gêneroentre todos os países e parceiros da OCDE.

Sala de aula

Na sala de aula, os problemas começam já na remuneração dos professores. Os salários iniciais da categoria estão entre os mais baixos entre todos os países e parceiros da OCDE -- inclusive de vizinhos da América Latina, como Chile, Colômbia e México.
A média salarial da OCDE para docentes da pré-escola, por exemplo, é mais que o dobro do que os professores ganham no Brasil. E a diferença só tende a aumentar nos níveis mais elevados de educação.
Outro problema encarado pelos professores é o alto número de alunos por sala. Seja nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, no ensino médio ou no ensino superior, o número de estudantes por professor está acima da média.
Segundo o estudo, salas com menos alunos permitem que os professores gastem menos tempo tendo de administrar a "bagunça" dos jovens. No Brasil, os docentes afirmam gastar 33% do tempo em sala resolvendo esse tipo de problema.
Entre 2003 e 2013, o Brasil teve um dos maiores aumentos no índice do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) que avalia recursos educacionais das escolas. Mas há ainda muito o que melhorar na infraestrutura: em 2012, por exemplo, o país tinha 22 alunos para cada computador, acima da média da OCDE (5 alunos por PC). 
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"Escola?" Confira as condições de escolas públicas do país19 fotos

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Um "progeto" de leitura é o que promete o cartaz dentro de uma das escolas visitadas pela fotógrafa Cláudia Martini. A fotógrafa conheceu escolas do Amapá, Roraima, Pará, Alagoas e do Rio de Janeiro durante uma viagem atrás de unidades com baixo desempenho. A imagem faz parte da exposição "Escola?" e foi feita a convite do Ministério Público Federal. O local em que cada foto foi feita não foi divulgado para evitar estigmatização Leia mais Cláudia Martini/Divulgação

Fonte: UOL

Especial Armazenar o vento: Tecnologias para serem levadas a sério

Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Armazenar o vento: Tecnologias que merecem ser levadas a sério
Esta planta-piloto de armazenamento de "vento líquido" é uma das muitas alternativas consideradas por engenheiros de todo o mundo.[Imagem: Universidade de Birmingham]
Armazenar o vento
Embora um discurso infeliz possa transformar qualquer coisa em motivo de piada, o armazenamento de energia eólica - assim como o armazenamento de energia solar - é um assunto que está sendo levado a sério por engenheiros e cientistas de todo o mundo.
Não sendo possível armazenar ou dosar o vento ou a luz do Sol - ainda que o ar líquido não seja nenhum absurdo -, é possível armazenar a energia gerada por eles, para que essa energia possa ser usada mais tarde ou em um fluxo constante.
O descompasso entre a disponibilidade e a intermitência dos ventos e da luz do Sol e a demanda de energia é um grande obstáculo para que as fontes renováveis de energia se tornem responsáveis por uma fração significativa da matriz energética de qualquer país.
Baterias de fluxo
Este problema pode ser resolvido com uma tecnologia que permita armazenar grandes quantidades de energia elétrica, qualquer que for a intensidade com que ela for gerada a cada momento, e liberá-la de forma dosada e contínua à rede elétrica - incluindo os períodos quando o vento não estiver soprando e o Sol não estiver brilhando.
As melhores candidatas para cumprir esse papel são as baterias líquidas, oubaterias de fluxo.
Ao contrário das baterias sólidas - como as baterias de lítio dos aparelhos eletrônicos -, as baterias de fluxo armazenam a energia em líquidos contidos em grandes tanques, de forma que a capacidade de energia das baterias é do tamanho dos tanques disponíveis - e eles podem ser ampliados conforme a necessidade.
Armazenar o vento: Tecnologias que merecem ser levadas a sério
As baterias de ar-lítio são outra alternativa para consumos menores, como nos veículos elétricos. [Imagem: Tao Liu/Gabriella Bocchetti/Clare P. Grey]
Para lançar a energia na rede elétrica, os líquidos são bombeados por um equipamento de conversão eletroquímica, cuja reação gera a eletricidade. Os líquidos "descarregados" são armazenados em outros tanques, de forma a serem reenergizados quando o Sol e o vento voltarem. Assim, a bateria pode ser configurada para fornecer sempre a mesma intensidade de energia à rede, de acordo com a média de geração eólica ou solar a cada período.
Especial Armazenar o Vento
Com um potencial destes, não é de impressionar que pesquisadores de todo o mundo estejam trabalhando com afinco em busca de soluções que possam ser viabilizadas técnica e economicamente, o que vem se traduzindo na construção de várias usinas-piloto.
Embora nenhuma solução definitiva tenha sido encontrada ainda, esta série de reportagens mostrará quatro alternativas reveladas pelos pesquisadores nas últimas semanas, dentre aquelas com maior potencial para oferecer soluções que possam ser usadas não apenas em grandes usinas geradoras, mas também em instalações domésticas, com vistas a uma futura configuração de geração distribuída de energia.
Nesta primeira reportagem, vale destacar um resultado importante na linha mais tradicional, que poderá prover uma alternativa de baixo custo às atuais baterias de lítio - afinal, o grande impulsionador do desenvolvimento das baterias líquidas é o elevado custo das baterias sólidas.
Armazenar o vento: Tecnologias que merecem ser levadas a sério
[Imagem: Marc Walter et al. - 10.1021/acs.chemmater.5b03531]
Magnésio e ouro de tolo
Marc Walter e seus colegas da Escola Politécnica de Zurique (ETH), na Suíça, estão tentando desenvolver uma alternativa acessível aos bancos de baterias de lítio, cujos conjuntos podem superar os US$3.000,00 para uma simples instalação residencial de baixa potência.
Como catodo (polo negativo) eles usaram a bela pirita, um mineral conhecido como ouro de tolo, devido à sua semelhança com o ouro verdadeiro - a pirita é composta basicamente por ferro e enxofre.
Eles começaram com magnésio, de forma a produzir um anodo (polo positivo) seguro, barato e com alta densidade de energia.

Especial Armazenar o Vento

Especial Armazenar o vento: Tecnologias para serem levadas a sério

Bateria Orgânica

O eletrólito - o componente que condutor de eletricidade entre aqueles dois eletrodos - contém íons de sódio e de magnésio.
Os primeiros testes mostraram que a densidade de energia do protótipo fica próxima à das baterias de íons de lítio.
A grande vantagem dessa abordagem é a utilização de materiais de baixo custo, o que permitiria construir baterias de grande capacidade e economicamente viáveis. Antes disso, porém, a equipe espera aproximar-se mais da capacidade teórica dos seus compostos, o que significará melhorar o rendimento do protótipo em cerca de duas a três vezes.

Bibliografia:

Efficient and Inexpensive Sodium-Magnesium Hybrid Battery
Marc Walter, Kostiantyn V. Kravchyk, Maria Ibáñez, Maksym V. Kovalenko
Chemistry of Materials
Vol.: 27 (21), pp 7452-7458
DOI: 10.1021/acs.chemmater.5b03531
Fonte: Inovação Tecnológica

sábado, 21 de novembro de 2015

20 Fatos Interessantes Sobre o Universo

 A imensidão do espaço é literalmente incompreensível. Quanto mais a tecnologia avança, mas aprendemos sobre o cosmos e melhor podemos observá-lo. Ao longo de várias décadas estudando o universo, conseguimos formar conceitos científicos que, em outros tempos, não poderiam sequer ser teorizados. Também conseguimos provar e derrubar algumas teorias. A fascinante verdade é que, não importa o quanto já olhamos para o firmamento, fomos capazes de ver apenas um pouquinho da vastidão que nos cerca. Se sua curiosidade ficou aguçada, dê uma lida nesses 20 grandes fatos sobre o espaço: 

Em uma noite de céu sem nuvens, você pode ver uma galáxia inteira a olho nu: Andrômeda, nossa galáxia vizinha (apenas 2.2 milhões de anos-luz de distância).
espaço, universo

O núcleo de uma estrela alcança a temperatura de 16 milhões de graus centígrados. Para entender um calor assim, imagine um único grão de areia que seja tão quente que possa matar qualquer coisa ao seu redor, num raio de 150km.

espaço, universo

Combine todos os planetas, luas, cometas e asteroides do sistema solar e você alcançará apenas 0.14% da massa do sol.
espaço, universo


Se você estivesse observando Júpiter durante os últimos 200 anos, seria capaz 
de ver um "olho" gigante movendo-se através do planeta. Esse "olho" é, na
 verdade, uma tempestade com 40.000km de diâmetro. Caso você 
precise de parâmetros, a Terra caberia nessa tempestade três vezes
espaço, universo
Considerando-se que não existe atmosfera na Lua, poucas coisas mudam na sua superfície. Isso significa que as pegadas deixadas pelos astronautas da Apolo 11 em 1969 ainda estão lá.
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Ainda que seja menor do que a Terra, Marte abriga o maior vulcão do sistema solar, chamado de Olympus Mons (Monte Olimpo). A montanha tem 21km de altura e 60km de base, sendo, grosso modo, do tamanho da Irlanda.

espaço, universo
Oficialmente, apenas 3 pessoas morreram fora da atmosfera da Terra, mas há rumores que, 
durante a corrida espacial, alguns cosmonautas russos se perderam no espaço.
espaço, universo

Júpiter é tão grande que se você juntar todos os outros planetas do sistema solar, o grande 
planeta ainda é 1,5 vez maior do que o conjunto.
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O sol produz fótons (partículas de luz) o tempo todo. Cada fóton é produzido no núcleo do sol, 
e leva 170.000 anos-luz para atravessar a camada externa do sol.
espaço, universo
O mesmo fóton precisa de apenas 8 minutos para alcançar a Terra.
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Além dos seis planetas visíveis, apenas três foram descobertos entre 1781 e 1930 
(Urano, Netuno e Plutão).Nos últimos 20 anos, mais de mil planetas foram descobertos.
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Existe um planeta pequeno (na verdade, um planetóide) que possui uma órbita quase idêntica à 

da Terra, chamado "Cruithne". Às vezes é chamado erroneamente de "2a. Lua da Terra", mas ele não percorre a órbita terrestre, e sim, solar.
espaço, universo
A distância entre a Terra e a Lua é tão grande que você poderia enfileirar todos os planetas do sistema solar entre nós e ela, e ainda sobraria espaço.
espaço, universo
Como nós sabemos a distância real? Acredite se quiser, nós usamos um espelho que foi deixado na Lua pelos astronautas da Apolo 11.
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Cientistas descobriram uma estrela dentro do que foi um dia uma supernova, que se formou devido a uma colisão entre duas estrelas.
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Se você alguma vez se perguntou sobre o tamanho do Sol, ficará impressionado ao saber que ele é 300.000 vezes maior do que a Terra.
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Ah, e que a temperatura externa do Sol é 5.505 graus centígrados.
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Acredita-se que a Lua se formou através da colisão entre a Terra e um objeto do tamanho de Marte há uns 4.5 bilhões de anos.
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Nosso sistema solar percorre um círculo galáctico completo (cerca de 100.000 anos-luz) uma vez a cada 200 milhões de anos.
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Uma estrela de nêutrons é tão densa que uma colher de chá com material
dela pesaria 10 bilhões de toneladas!
espaço, universo

Fonte: Carl S.

Disponível em: http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=1410